terça-feira, 25 de outubro de 2011

romulo e remo


Rômulo e Remo são, segundo a mitologia romana, dois irmãos gêmeos, um dos quais, Rômulo, foi o fundador da cidade de Roma e seu primeiro rei. Segundo a lenda, eram filhos de Marte e de Reia Sílvia (ou Rhea Silvia), descendente de Eneias.

A data de fundação de Roma é indicada, por tradição, em 21 de abril de 753 a.C. (também chamado de "Natal de Roma" e dia das festas de Pales).

Índice
1 A lenda
1.1 A fuga de Troia
1.2 Eneias em Cartago
1.3 Eneias chega ao Lácio
1.4 Alba Longa
1.5 O nascimento de Rômulo e Remo
1.6 Roma: a nova cidade
2 Charges de Rômulo e Remo
3 Referências
4 Ver também


[editar] A lenda[editar] A fuga de Troia
Eneias abandona Troia em chamas, de Federico Barocci, 1598, Galleria Borghese, Roma.Na Eneida de Virgílio e na Ab Urbe condita libri de Tito Lívio, Eneias, filho da deusa Vênus,[1] foge de Troia, derrotada pelos aqueus, com seu pai Anquises[1] e seu filho Ascânio, enquanto sua mulher Creúsa, filha do rei Príamo, desaparece enquanto deixam a cidade.[2] Segundo essa lenda, Roma foi fundada por Rômulo, cuja origem remonta à guerra de Troia.[2] Quando Eneias se dirige à Itália, uma tempestade atinge o navio, por desejo de Juno, e o obriga a aportar em Cartago, onde é recebido por Dido, rainha da cidade.

[editar] Eneias em CartagoDurante um banquete em sua homenagem, em Cartago, Eneias começa a contar suas aventuras: a queda de Troia, o estratagema do cavalo e a fuga com o pai e o filho. Depois que fogem, refugiam-se no monte Ida, onde permaneceram durante o inverno à espera da construção de uma frota, partindo em seguida para uma nova pátria.

No fim de sua narrativa, Dido está apaixonada por Eneias, porque Vênus substituiu o filho dele por Cupido, que acerta Dido com uma de suas flechas. Dido pede a Enéias que permaneça com ela e reine em Cartago. Eneias e seus companheiros, depois de ficarem um ano em Cartago, partem por ordem de Júpiter para o Lácio. Dido, vendo ao longe os navios de Eneias, maldiz a estirpe troiana e se suicida.

[editar] Eneias chega ao Lácio
Eneias ferido por una flecha, curado pelo médico Iapige, com o filho Ascânio e assistido por Vênus, pintura em parede, século I a.C., Pompeia, atualmente no Museu Arqueológico Nacional de NápolesDepois de várias peregrinações no Mediterrâneo, Eneias aporta no Lácio[2], como sua mãe previra, dizendo que fundaria uma cidade na pátria de Dárdano (seu antepassado que, segundo a lenda, havia fundado Troia). No Lácio, Eneias é acolhido amavelmente pelo rei Latino[2], que lhe oferece sua filha Lavínia em casamento.[2] Entretanto, a princesa já tinha sido prometida a Turno, rei dos rútulos.

A disputa pela mão da jovem torna-se uma verdadeira guerra, da qual participam as várias populações itálicas, compreendendo etruscos e volscos. Eneias se alia a algumas populações gregas provenientes de Argos e estabelecidas na cidade de Palante, sobre o monte Palatino, reino do árcade Evandro e de seu filho Palante. A guerra é sangrenta, Palante morre logo, atingido por Turno e, para evitar mais vítimas, a disputa entre Eneias e Turno deve resolver-se em um combate entre os dois comandantes e pretendentes. Eneias mata Turno, casa-se com Lavínia e funda a cidade de Lavínio (Lavinium), a atual Pratica di Mare.

[editar] Alba Longa
Eneas na corte de Latino, óleo em tela de Ferdinando Bol, 1661-1663 ca, Rijksmuseum, em AmsterdamTrinta anos mais tarde, Ascânio, filho de Eneias funda uma nova cidade, Alba Longa,[1] sobre a qual reinam seus descendentes. Cerca de 400 anos depois, o filho e legítimo herdeiro do décimo-segundo rei de Alba (Procas), Numitor, é deposto pelo irmão Amúlio.[1] Com medo de perder o trono para os descendentes de Numitor, Amúlio matou seu sobrinho Lauso e obrigou sua sobrinha, Reia Sílvia, à virgindade perpétua, tornando-a Vestal (sacerdotisa virgem, consagrada à deusa Vesta).[2][3] e a fazer voto de castidade. No entanto, é fecundada e, para atenuar sua falta, diz que foi seduzida pelo deus Marte (deus romano da guerra)[4] ; Reia deu a luz aos gêmeos Rômulo e Remo.

[editar] O nascimento de Rômulo e Remo
Rômulo e Remo, de Peter Paul Rubens, 1615-16, Museus Capitolinos, RomaAmúlio, para punir Reia Sílvia, a prende em um calabouço e por medo destes heróis, filhos de um deus, quererem tomar seu lugar, mandou um servo para matá-los, mas o servo encarregado não tem coragem de cumprir a ordem e os abandona em uma cesta no rio Tibre.[2] Ora, é primavera, periodo de cheias em que o rio sai de seu leito.[4] O servo deposita o cesto que contém os bebês nas águas do rio que sobe e elevam o cesto.[4] Quando as águas da cheia recuam, este fica em terra, ao pé do Palatino.[4] Atraida pelo choro dos recém-nascidos, uma loba sai do bosque e os encontra[5]; Como ela acabou de perder seus filhotes[1], ofereceu suas tetas às crianças[4] e, como fez com seus filhotes, os lambe com sua longa língua.[4] Algum tempo depois, um pastor de ovelhas[5] chamado Fáustulo encontrou os meninos e levou-os para casa, onde sua mulher Aca Laurência os criou.[1]

Rômulo e Remo cresceram na cabana de seus pais adotivos.[4] A caça dos animais selvagens, a corrida e os exercícios físicos enriqueceram seus corpos e suas almas.[4] Tinham como companheiros pastores e, com eles, atacavam os salteadores de passagem para roubar-lhes seus espólios.[4]

Acusado de roubo, Remo foi capturado e levado à presença do rei Amúlio.[1] Fáustulo, o pastor, resolveu então contar a Rômulo a história de sua origem.[1] Rômulo foi até Alba Longa, libertou seu irmão, matou Amúlio, devolveu o trono a seu avô Numitor e à sua mãe as honras que lhe eram devidas.[1][4]

[editar] Roma: a nova cidadeOs gêmeos compreenderam que não havia futuro para eles em Alba Longa.[4] Acompanhados de todos os indesejáveis da cidade, voltaram para o local onde foram abandonados e decidiram então fundar uma cidade.[4]

Rômulo quer chamá-la Roma e edificá-la sobre o Palatino, enquanto Remo deseja batizá-la como Remora e fundá-la sobre o Aventino. É o próprio Tito Lívio quem se refere às duas versões de maior credibilidade dos fatos:

"Como eram gêmeos e o respeito à progenitura não podia funcionar como critério eletivo, cabia aos que protegiam aqueles lugares indicar, através dos auspícios, quem seria escolhido para dar o nome à nova cidade e reinar depois da fundação. Assim, para interpretar os auspícios, Rômulo escolheu o Palatino e Remo escolheu o Aventino. O primeiro presságio teria cabido a Remo.[1] Este avistou seis abutres.[1] Rômulo por sua vez, avistou doze.[1] Como Rômulo estava afastado quando o presságio foi anunciado, os respectivos grupos proclamaram um e outro como reis ao mesmo tempo.[1] Uns sustentavam que tinham direito ao poder com base na prioridade no tempo, outros com base no número de pássaros vistos.[1] Surgiu assim uma discussão e da luta raivosa de palavras se passou ao sangue[1]: Remo, golpeado na cabeça, caiu por terra.[1] É mais notável a versão segundo a qual Remo, para surpreender o irmão, teria escalado os muros recém-construídos (pomerium)[1], e Rômulo, com raiva, teria ameaçado com estas palavras: "Assim, de agora em diante, morra quem escalar os meus muros".[1] Deste modo, Rômulo se apossou sozinho do poder e a cidade fundada tomou o nome do fundador."[1]

Segundo a lenda, Roma foi fundada em 753 a.C.

[editar] Charges de Rômulo e RemoReia Sílvia seduzida por Marte.
Os gêmeos Rômulo e Remo encontrados pelo pastor Fáustulo.
Rômulo interpretando os presságios.
Remo transpondo as muralhas de Roma com um salto.
Referências1.↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s PONTES, Oldimar. História Hoje. 1 ed. São Paulo: Ática, 2007. 113-114 p. 1 vol. vol. 1. ISBN 978-850810292-1
2.↑ a b c d e f g PEDRO, Antonio. História do Mundo Ocidental. 1 ed. São Paulo: FTD, 2005. 69 p. 1 vol. vol. 1. ISBN 85-322-5602-3
3.↑ Eneias. em Infopédia Online. Porto: Porto Editora, 2003-2008. (Consult. 2008-03-16).
4.↑ a b c d e f g h i j k l SALLES, Catherine. Larousse das Civilizações Antigas. 1 ed. São Paulo: Larousse, 2008. 110-111 p. 3 vol. vol. 1. ISBN 978-85-7635-443-7
5.↑ a b RAMOS, Patrícia. História das cavernas ao terceiro milênio. 1 ed. São Paulo: Moderna, 2006. 1 vol. vol. 1. ISBN 85-16-04907-8
[editar] Ver tambémFundação de Roma
Rômulo
Roma
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Sacerdotes Áugures • Vestais
Locais Alba Longa • Céu • Lavínio

Portal da mitologia greco-romana

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