terça-feira, 25 de outubro de 2011

videos e historias da iara




http://www.youtube.com/watch?v=roIUnWjcLIc&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=OGWqEZnFzMc&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=UYZ8_dacCvY&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=xLJ5-mWTouU&feature=related



Também conhecida como a “mãe das águas”, Iara é uma personagem do folclore brasileiro. De acordo com a lenda, de origem indígena, Iara é uma sereia (corpo de mulher da cintura para cima e de peixe da cintura para baixo) morena de cabelos negros e olhos castanhos.

A lenda conta que a linda sereia fica nos rios do norte do país, onde costuma viver. Nas pedras das encostas, costuma atrair os homens com seu belo e irresistível canto. As vítimas costumam seguir Iara até o fundo dos rios, local de onde nunca mais voltam. Os poucos que conseguem voltar acabam ficando loucos em função dos encantamentos da sereia. Neste caso, conta a lenda, somente um ritual realizado por um pajé (chefe religioso indígena, curandeiro) pode livrar o homem do feitiço.

Origem da personagem

Contam os índios da região amazônica que Iara era uma excelente índia guerreira. Os irmãos tinham ciúmes dela, pois o pai a elogiava muito. Certo dia, os irmãos resolveram matar Iara. Porém, ela ouviu o plano e resolveu matar os irmãos, como forma de defesa. Após ter feito isso, Iara fugiu para as matas. Porém, o pai a perseguiu e conseguiu capturá-la. Como punição, Iara foi jogada no rio Solimões (região amazônica). Os peixes que ali estavam a salvaram e, como era noite de lua cheia, ela foi transformada numa linda sereia.


Segundo a lenda, Iara costuma banhar-se nos rios e cantar uma melodia irresistível para o ouvido dos homens, desta forma os homens que a veem não conseguem resistir aos seus desejos e pulam dentro do rio. Ela tem o poder de cegar quem a admira e levar para o fundo do rio qualquer homem que ela desejar se casar. Os índios acreditam tanto no poder da Iara que evitam passar perto dos lagos ao entardecer .

VariaçõesLendas são histórias contadas de geração para geração verbalmente, e, comumente, sofrem variações.

Em uma delas, cronistas dos séculos XVI e XVII registraram que, no princípio, o personagem era masculino e chamava-se Ipupiara, homem-peixe que devorava pescadores e os levava para o fundo do rio. No século XVIII, Ipupiara vira a sedutora sereia Uiara ou Iara. Pescadores de toda parte do Brasil, de água doce ou salgada, contam histórias de moços que cederam aos encantos da bela Iara e terminaram afogados de paixão. Ela deixa sua casa no leito das águas no fim da tarde. Surge sedutora à flor das águas: metade mulher, metade peixe, cabelos longos enfeitados de flores vermelhas. Por vezes, ela assume a forma humana e sai em busca de vítimas.[2]


A Lenda da Iara

A Origem Do Mito


De forma simples, poderíamos dizer que existem duas versões sobre a origem do mito amazônico Iara.

Uma, a de que o mito fora trazido pelos colonizadores portugueses com as Mouras, as sereias portuguesas. A difusão do mito entre os indígenas e caboclos teria se dado após o século XVII.

Iara teria origem européia e tendo suas raízes nas sereias.

A outra, a que nos parece mais abrangente, diz: “esses mitos são universais e, por isso Iara já fazia parte das encantarias indígenas”. Entretanto, com o domínio cultural dos colonizadores ocorreu um sincretismo, uma fusão de elementos dos dois mitos, da mesma forma como ocorreu com as religiões afro-brasileiras.

Assim, o mito das sereias deve fazer parte de todos os povos e, certamente, a partir do surgimento da sedução feminina.

Quando a feiticeira Circe aconselhou Ulisses a amarrar-se no mastro de seu navio e tapar com cera as orelhas de seus marinheiros, já se tinha notícia dessas sedutoras e encantadoras criaturas.

Em Portugal, a Moura ou as Sereias, na Espanha a Sirena, na Alemanha Loreley, na Grécia as Nereidas e na Amazônia a Mãe d’Água.

O caboclo é banhado por chuvas tropicais e pelas águas doces dos rios. Nada mais esperado do que essas águas refletirem seus sonhos e encantos. Assim, das profundezas dos rios emergem as encantarias refletidas da profundeza da alma cabocla.

Pintura Cabocla do Mito

A Iara, Uiara, Ipupiara ou Oiara – Mãe D’Água – e um dos seres mais populares da Amazônia. Vive nas encantarias do fundo dos rios.

Mulher tentadora. Apresenta-se com um lindo rosto europeu, cabelos longos e ondulados, tentando esconder a sensualidade e beleza de seu ventre e busto.

A longa cabeleira flutua e é solta pelas ondas. Cabelos soltos e desatados, considerados uma das principais armas da sedução feminina, conferem sexualidade responsável pela imensa atração por Iara.

Iara na parte visível e superior dos rios é mulher, na invisível e inferior é peixe.

Ardis e Perigos da Sedução do Mito

Iara aparece banhando-se nas águas dos rios, ou sobre as pedras nas enseadas.
Apresenta-se penteando os cabelos, cantando, ou mesmo conversando com algum passante.

O rosto da Iara emerge das trevas do rio como sedução e atrai com a luz de sua beleza o olhar e os desejos de navegantes e ribeirinhos.

Da mesma forma como o olhar de serpente, quando dança para o bote mortal ás presas, os cantos de Iara atraem e hipnotizam.

Pelo canto anuncia sua presença ao navegante ou morador da beira do rio. Por trás dos cantos da Iara, há um sensualismo de irresistível atração.

Apesar de todos esses artifícios ainda existe a promessa de uma vida de prazeres em palácios riquíssimos e submersos no rio.

Sua preferência são os jovens. Faz promessas de todos os tipos e canta belas melodias com voz suave e harmoniosa. Convida-os a irem com ela pára o fundo das águas do rio sob a promessa de uma eterna bem-aventurança em seu palácio, onde a vida é de uma felicidade sem fim.

Ela atrai os moços e os fascina, mostrando-lhe seu rosto belíssimo a flor das águas e deixando submersa a cauda de peixe. Encantado e hipnotizado, o moço que com ela mergulha nunca mais é visto.

Sempre que aparece morto ou desaparece um rapaz, atribui-se a desgraça aos ardis sedutores da Iara.

Para quem viaja nas águas dos rios da Amazônia, a Iara pode ser um perigo, pois encanta os navegadores e puxa os barcos para as pedras. O ribeirinho só se dá conta da tragédia, quando não tem mais tempo para desviar.

Seus ardis e seu poder de sedução são tão fortes sobre os homens, quanto o do outro mito amazônico, o Boto, sobre as mulheres.

Quem tiver visto seu rosto uma única vez jamais poderá esquecê-lo. Pode até, no primeiro momento, resistir-lhe aos encantos por medo ou precaução. No entanto, mais cedo ou mais tarde acabará por se atirar no rio, levado pelo desejo de juntar seu corpo ao dela.

O Caso do Índio Jaguarari

A mais divulgada lenda sobre a Iara é a do índio da tribo Tuxaua, Jaguarari. Muito admirado por sua força, coragem, bondade e beleza.

Um dia Jaguarari saiu para pescar e ouviu um canto que o deixou maravilhado. Jaguarari, encantado, queria conhecer a ave que cantava assim. Sem perceber, foi andando, como se arrastado por algo invisível na direção da mágica melodia.

Não demorou muito, avistou Iara cantando e banhando-se na beira do rio. Jaguarari foi possuído por uma paixão fulminante.

Saía todos os dias para pescar, mas o que Jaguarari tinha em mente era rever Iara. A paixão transformara num índio completamente diferente. Mudança percebida por todos na tribo.

À noite, quando voltava da pescaria e queria dormir, a única coisa que conseguia era ouvir o canto sedutor da Iara. Numa noite de luar, o índio não resistiu à canção sedutora da Iara e saiu correndo em direção a margem do rio.

Lá estava o lindo rosto de Iara e seus seios insinuando-se entre as ondas de seus cabelos.

No ritmo dos apelos melodiosos de Iara, jogou-se em direção daquele encantamento. As águas então se abriram e, desde então, Jaguarari desapareceu para sempre nos braços de Iara.

A sedução mortal de Iara pode ser interpretada como a vitória do animal sobre a razão. Vitória do irracional, invisível e simbolizado por sua parte inferior de peixe.

Quem ouviu seus cantos e a viu uma vez jamais pode esquecê-la. Apesar de o desejo ardente de perder-se para sempre nas trevas do rio, abraçado pelo brilho da beleza de Iara e de seu palácio encantado, ser reconhecido por todos como mortal.

“Iara” é rimas seduzidas pelo encanto amazônico para registrar a lenda de Iara


FONTES:

Livro “Cultura Amazônica” de João de Jesus Paes Loureiro;
Sites: scribd.com; terrabrasileira.net; e amazonia.com



Iara


A Amazônia canta,
com sua fauna, flora
e com o murmúrio do rio.
Dos cantos, um mais encanta:
doce canto de Iara,
sereia de eterno cio.

Sobre as ondas do rio
é mulher, é sedução;
nas trevas do mergulho
é peixe, é ilusão.

Sob as ondas dos cabelos
e da luz dum verde olhar,
o vai e vem de águas do desejo
revela seios, brotos do doce mar

Quem: ouvir seus cantos;
em suas juras acreditar;
e admirar seus encantos,
com Iara mergulhará,
abraçado aos sonhos
para nunca mais voltar,
abraçado aos sonhos
para nunca mais voltar



Curiosidade:

- A palavra Iara é de origem indígena. Yara significa “aquela que mora na água”.

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